Atualmente, as dificuldades de
aprendizagem se tornaram foco de interesses de professores e pais, sendo cada
vez mais discutidas e investigadas. Por causa desse crescente interesse no
tema, a patologização de alguns comportamentos vem sendo comum. Faz-se
necessário discutirmos a diferença entre o comportamento consideradonormal
problemático e o anormal.
Para o professor, que lida constantemente com as dificuldades de aprendizagem,
é importante estabelecer parâmetros e critérios de avaliação. Percebe-se que é
comum o professor comparar o desenvolvimento da criança com o de outras da
mesma classe ao avaliar um problema de aprendizagem, tendo sempre o outro como
parâmetro. Porém, é preciso ficar atento ao progresso da criança em relação a
fases anteriores, comparando-o com suas próprias habilidades e capacidade em
momentos anteriores.
Para que consiga atuar dessa forma, o professor precisa ter conhecimento
sobre as características específicas de cada fase de desenvolvimento da criança
e acompanhá-la em sua evolução.
Alguns fatores são essenciais para que a criança obtenha um bom
desenvolvimento, como um ambiente favorável e equilibrado, no qual possa
receber amor, atenção e que lhe permita satisfazer as necessidades básicas
próprias de cada fase. Quando a criança é desprovida desse ambiente e das
condições citadas, ocorre um desequilíbrio, que pode vir a gerar comportamentos
problemáticos e até patológicos.
Esses comportamentos geralmente
atingem as relações da criança com o meio que a cerca, sendo perceptíveis
dificuldades emocionais, sentimentos de rejeição e ansiedade e, muitas vezes,
regressão do comportamento.
Quando essas manifestações se agravam, incluindo
situações de pânico, isolamento, agitação ou sonolência excessiva, considera-se
o quadro como anormal ou patológico. O quadro patológico pode ter como origem o
fator genético (quando provém da criança) e/ou o fator social (quando provém do
ambiente).
Por isso, antes de avaliar a criança, é necessário
observar os comportamentos referentes à idade em que ela está, sua constituição
familiar, seu ambiente social, aspectos físicos do desenvolvimento, entre
outros fatores importantes.
É sempre válido possibilitar uma observação
multiprofissional do comportamento da criança, ou seja, recorrer ao olhar de
outros profissionais a fim de complementar a avaliação do comportamento.
O professor deve ficar atento à permanência das
características apresentadas pela criança, pois, muitas vezes, podem ser
temporárias, decorrentes de situações específicas, e desaparecer. A princípio,
as mudanças ocorridas geram uma desestabilidade na criança, mas devem ser
superadas e resultar em crescimento.
O professor pode e deve auxiliar a criança em
situações novas e difíceis, como a entrada na escola, o nascimento de irmãos,
separação de pais, morte de familiares, entre outras.
Referências
JOSÉ, Elisabete da A.; COELHO, Maria
Tereza. Problemas de aprendizagem. São Paulo: Ática, 2006.