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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

HISTÓRIA DA MATEMÁTICA

  

Ábaco: um dos primeiros sistemas de cálculos
  
Introdução
A matemática é a ciência dos números e dos cálculos. Desde a antiguidade, o homem utiliza a matemática para facilitar a vida e organizar a sociedade. A matemática foi usada pelos egípcios nas construção de pirâmides, diques, canais de irrigação e estudos de astronomia. Os gregos antigos também desenvolveram vários conceitos matemáticos. Atualmente, esta ciência está presente em várias áreas da sociedade como, por exemplo, arquitetura, informática, medicina, físicaquímica etc. Podemos dizer, que em tudo que olhamos existe a matemática.


Abaixo, um pequeno histórico da evolução histórica da matemática :
4000 a.C. - Na Mesopotâmia, os sumérios desenvolvem um dos primeiros sistemas numéricos, composto de 60 símbolos.
520 a.C. - O matemático grego Eudoxo de Cnido define e explica os números irracionais.
300 a.C. - Euclídes desenvolve teoremas e sintetiza diversos conhecimentos sobre geometria. É o início da Geometria Euclidiana.
250 - Diofante  estuda e desenvolve diversos conceitos sobre álgebra.
500 - Surte na Índia um símbolo para especificar o algarismo zero.
1202 - Na Itália, o matemático Leonardo Fibonacci começa a utilizar os algarismo arábicos.
1551 - Aparece o estudo da trigonometria, facilitando em pleno Renascimento Científico, o estudo dos astros.
1591 - O francês François Viète  começa a representar as equações matemáticas, utilizando letras do alfabeto.
1614 - O escocês John Napier  publica a primeira tábua de algorítimos.
1637 - O filósofo, físico e matemático francês René Descartes desenvolve uma nova disciplina matemática: a geometria analítica, com a misitura de álgebra e geometria.
1654 - Os matemáticos franceses Pierre de Fermat e Blaise Pascal  desenvolvem estudos sobre o cálculo de probabilidade.
1669 - O físico e matemático inglês Isaac Newton desenvolve o cálculo diferencial e integral.
1685 - O inglês John Wallis cria os números imaginários.
1744 - O suíço Leonard Euler desenvolve estudos sobre os números transcendentais.
1822 - A criação da geometria projetiva é desenvolvida pelo francês Jean Victor Poncelet.
1824 - O norueguês Niels Henrik Abel conclui que é impossível resolver as equações de quinto grau.
1826 - O matemático russo Nicolai Ivanovich Lobachevsky desenvolve a  geometria não euclidiana.
1931 -  Kurt Gödel, matemático alemão, comprova que em sistemas matemáticos existem teoremas que não podem ser provados nem desmentidos.
1977 - O matemático norte-americano Robert Stetson Shaw faz estudos e desenvolve conhecimentos sobre A Teoria do Caos.
1993 - O matemático inglês Andrew Wiles consegue provar através de pesquisas e estudos o último teorema de Fermat. 
Principais áreas da Matemática:
- Aritmética
- Álgebra
- Geometria
- Geometria Analítica
- Porcentagem
- Trigonometria
- Estatística
- Educação Matemática



MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL - Concepções presentes


          Apesar de a área de Matemática ser considerada muito difícil, existe o consenso de que ela é importante para a vida cotidiana, e também para a construção de conhecimentos em outras áreas.
PCN1, além de considerar e discutir a ideia difundida de dificuldade nessa área de conhecimento, apresenta-a considerando alguns princípios que caracterizariam sua importância. Destacaremos alguns:
·         A matemática é importante para a cidadania das pessoas, pois a construção e apropriação de um conhecimento servirão para a transformação da realidade.
·         No ensino da matemática dois aspectos devem ser considerados: o primeiro seria a possibilidade de as pessoas relacionarem suas observações com as representações; e o segundo seria a possibilidade de as pessoas relacionarem essas representações com os princípios e conceitos matemáticos, deixando assim as pessoas mais próximas dos conteúdos matemáticos.
·         Os conteúdos matemáticos devem estabelecer relações com a história social, possibilitando conexões com as outras áreas de conhecimento e a compreensão do lugar em que ela ocupa no mundo, deixando de ser algo inatingível e difícil.
Mesmo sendo consenso essa importância, não é identificada coesão entre as ações dos professores em sala de aula; dependendo da formação e das concepções desses professores, encontraremos alguns tipos de “matemática”. Uma delas está pautada na chamada Matemática Moderna, que de moderna não tem mais nada, datada das décadas de 1960 e 70. É considerada a matemática lógica, que privilegia o pensamento científico e tecnológico;
“compreendida a partir das estruturas, conferia papel fundamental à linguagem matemática” (PCN, v.3, 2001, p. 21).
Sabemos que:

“Antes de o homem conhecer o simbolismo matemático, ele faz cálculos mentais, e isso mostra que consegue desenvolver sua compreensão, interpretação e comunicação mediante as relações que estabelece no seu cotidiano. (Santos, 2004, p. 1)”

Porém, em nossa sociedade isso não é o suficiente, nela exige-se o domínio dos códigos matemáticos, visando ao seu uso autônomo e consciente.
Outra possibilidade é a concepção da Matemática das resoluções de problemas, datada das décadas de 1980 e 90, que vem ganhando espaço nas salas de aula. Nesse caso, a Matemática é explorada a partir de problemas reais ou próximos à realidade, ampliando a gama de conteúdos, com visão não linear, considerando a demanda social e a necessidade e importância do uso das novas tecnologias.
É uma proposta bastante interessante, já indicada como uma possibilidade de trabalho na Educação Infantil. No PCN recebe destaque com a apresentação de cinco princípios a serem considerados:

“1- O ponto de partida da atividade matemática não é a definição, mas o problema. No processo de ensino e aprendizagem, conceitos, ideias e métodos matemáticos devem ser abordados mediante a exploração de problemas, ou seja, de situações em que os alunos precisem desenvolver algum tipo de estratégia para resolvê-las.

2- O problema certamente não é um exercício em que o aluno aplica, de forma quase mecânica, uma fórmula ou um processo operatório. Só há problema se o aluno for levado a interpretar e a estruturar a situação que lhe é apresentada.

3- Aproximações sucessivas ao conceito são construídas para resolver certo tipo de problema; num momento posterior, o aluno utiliza o que aprendeu para resolver outros, o que exige transferências, retificações e rupturas, segundo um processo análogo ao que se pode observar na história da Matemática.

4- O aluno não constrói um conceito em resposta a um problema, mas constrói um campo de conceitos que tomam sentido num campo de problemas. Um conceito matemático se constrói articulado com outros conceitos, por meio de uma série de retificações e generalizações.

5- A resolução de problemas não é uma atividade para ser desenvolvida em paralelo ou como aplicação da aprendizagem, mas como uma orientação para a aprendizagem, pois proporciona o contexto em que se pode apreender conceitos, procedimentos e atitudes matemáticas.”
(PCN, v. 3, 2001, p. 43-44)


Na década de 1990, a Etnomatemática2 ganhou destaque, partindo da realidade para a ação pedagógica. “Do ponto de vista educacional, procura entender os processos de pensamento, os modos de explicar, de entender e de atuar na realidade, dentro do contexto cultural do próprio indivíduo” (PCN, v.3, 2001, p. 23). Tem enfoque cognitivo, e a contextualização é fator fundamental.

“O homem produz códigos próprios de linguagem e de interpretação. Esses códigos pertencem ao indivíduo em particular ou mesmo a comunidades
específicas, cabendo a estes a compreensão deles. Dentre esses códigos com os quais o homem na sua comunidade compreende e interpreta o mundo, está
a Matemática. Essa linguagem matemática com a qual a comunidade se expressa em códigos é chamada de Matemática Cultural, da qual a
Etnomatemática tenta dar conta. O termo Etnomatemática foi proposto em 1975 por Ubiratan D’Ambrósio, para descrever as práticas matemáticas de grupos culturais. Etno = contexto cultural próprio. Etnomatemática = matemática cultural. Na Etnomatemática, a contextualização é fundamental. Portanto, é preciso que o alfabetizador aprenda primeiro a Matemática Cultural para poder estabelecer vínculos entre os conhecimentos intuitivos ou espontâneos que se tem sobre a Matemática com base em sua experiência cotidiana. (Santos, 2004, p. 4)”

Mas ainda não podemos dizer que seja algo muito presente nas salas de aula.
Assumir novas posturas, novos modelos, ainda está distante da realidade das salas de aulas. Isso se dá apesar das indicações e reflexões travadas, inclusive, na esfera dos documentos oficiais, que apontam o problema e indicam caminhos, mas que, em sua maioria, são desacreditados pelos professores.

“Parte dos problemas referentes ao ensino de matemática estão relacionados ao processo de formação do magistério, tanto em relação à formação inicial como à formação continuada. Por causa dos problemas de formação dos professores, as práticas na sala de aula tomam por base os livros didáticos, que, infelizmente, são muitas vezes de qualidade insatisfatória. A implantação de propostas inovadoras, por sua vez, esbarra na falta de uma formação profissional qualificada, na existência de concepções pedagógicas inadequadas e, ainda, nas restrições ligadas às condições de trabalho.
Tais problemas acabam sendo responsáveis por muitos equívocos e distorções em relação aos fundamentos norteadores e ideias básicas que aparecem em diferentes propostas. (PCN, v. 3, 2001, p. 24)”

A superação dessa situação acontecerá com o professor trabalhando a História da Matemática, por exemplo, envolvendo seus alunos com o processo de construção e evolução dos conceitos matemáticos; contando aos alunos como ocorreu essa evolução, partindo da busca por respostas aos problemas antigos de ordem prática do cotidiano das pessoas, como: soma da quantidade de cabeças de gado, cálculo e divisão de terras, registro dessas quantidades, equivalências de quantidades em momentos de troca etc. Assim, se chegará ao que entendemos como Matemática e a aplicação de seus conceitos hoje.
Outro bom exemplo seria a produção de textos nas aulas de Matemática.

“[...] a produção de textos em Matemática auxilia a direcionar a comunicação entre todos os alunos da classe; a obter dados sobre os erros, as incompreensões, os hábitos e as crenças dos alunos; a perceber concepções de vários alunos sobre uma mesma ideia e a obter evidências e indícios sobre o conhecimento dos alunos. (Smole e Diniz, 2001, p. 31).”

Esses textos demonstrariam principalmente a compreensão dos alunos em relação aos conceitos matemáticos, utilizando o registro por escrito das atividades realizadas na aula, expondo suas explicações quanto aos processos realizados para se chegar a determinado resultado ou ainda as dificuldades de compreensão. Esse se revelará um momento extremamente rico para os alunos e para a avaliação, reflexão e redirecionamento, se for o caso, das ações do professor.
Além do que já foi citado, o PCN destaca ainda as tecnologias de informação, os jogos e o trabalho em grupos cooperativos como meios que podem ser utilizados; são recursos simples, mas que em sua maioria são ignorados pelos professores, são pouco ou não são utilizados, e que, se estivessem presentes nas escolas, trariam ganhos enormes aos alunos.
Glossário
1PCN: Parâmetros Curriculares Nacionais.
2Etnomatemática: matemática cultural
Referência
Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 1997.
SANTOS, Maria Auxiliadora Antunes. “A educação matemática na alfabetização de jovens e adultos: formação de alfabetizadores”. (artigo produzido a partir da dissertação de mestrado: A educação matemática na formação dos alfabetizadores de jovens e adultos. Universidade Católica de Brasília – UCB, 2004.

SMOLE, Kátia Stocco e DINIZ, Maria Ignez. Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre: A

MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

  

Podemos dizer que “aprender” Matemática passa pelo caminho do “fazer Matemática”, “viver a Matemática”.
Esse fazer e viver Matemática significaria possibilitar às crianças condições para que elas exponham suas próprias ideias e escutem as ideias das outras crianças em situações que envolvam pensamentos matemáticos, ou raciocínios matemáticos. Também que elas formulem e comuniquem quais foram seus procedimentos de resolução de problemas, de modo a confrontarem, argumentarem e procurarem validar seu ponto de vista quando da chegada a um determinado resultado. E, ainda, antecipem resultados (cálculo mental), busquem dados que faltam para resolver problemas e aceitem erros quando houver, entre outras coisas.

“Dessa forma, as crianças poderão tomar decisões, agindo como produtoras de conhecimento, e não apenas como executoras de instruções. Portanto, o trabalho com a Matemática pode contribuir para a formação de cidadãos autônomos, capazes de pensar por conta própria, sabendo resolver problemas.
Nessa perspectiva, a instituição de Educação Infantil pode ajudar as crianças a organizarem melhor as suas informações e estratégias, bem como proporcionar condições para a aquisição de novos conhecimentos matemáticos. O trabalho com noções matemáticas na Educação Infantil atende, por um lado, às necessidades das próprias crianças de construírem conhecimentos que incidam nos mais variados domínios do pensamento; por outro, corresponde a uma necessidade social de instrumentalizá-las melhor para viver, participar e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades. (RCN, 1998, p. 207)”

A instituição de Educação Infantil deve ajudar a criança a organizar melhor esses conhecimentos.
O trabalho com noções matemáticas no espaço da Educação Infantil atende a dois focos: a criança e a sociedade.

A sociedade deve possibilitar a instrumentalização da criança. Na atual sociedade, e considerando-se a história desse espaço da Educação Infantil, no RCN, encontramos quatro concepções matemáticas presentes nas escolas de hoje: repetição, memorização e associação; do concreto ao abstrato; atividades pré-numéricas; jogos e aprendizagem de noções matemáticas. E eu acrescentaria mais uma: resolução de problemas, atrelada aos jogos e aprendizagem de noções matemáticas.

ENSINAR PORTUGUES - O USO DA LÍNGUA



Na intenção de levá-lo a refletir sobre o uso da língua, começaremos com a leitura do texto de Milton José de Almeida (1999, p.10-14), que narra a conversa entre duas pessoas, uma delas, professor de Português.
Durante a leitura, analise cada resposta, cada interferência ocorrida durante o diálogo,
para que inicie o estudo da disciplina e compreenda o uso da língua e suas variantes.
Vamos à leitura?
Português: uma só língua?
Comecemos a conversa, a meio caminho entre o sério e o cômico (também
trágico...), imaginando um diálogo. Alguém pergunta a um professor de português...
– Ensina-se mesmo português, essa língua que a gente usa todo dia?
– É claro, em escolas do primeiro ao terceiro graus, há aulas de português.
Portanto...
– A quem se ensina português?
– Ora, além de estrangeiros interessados, ensina-se principalmente a brasileiros...
– que já falam português!... Ah! então eles não falam bem português?!
O diálogo nos traz uma discussão linguística acerca do ensino da Língua Portuguesa na escola, mostrando que apesar de ser uma só língua, aponta diferenciações entre o português ensinado na rede pública do ensinado na rede privada, salientando que o meio social a produz no tempo e no espaço, além de interferir na aquisição da linguagem.
Enfatiza que a escola é a propagadora do fato de que aos menos favorecidos é dado somente o direito da escuta, visto que ela ensina a norma padrão, e aqueles que não fazem uso dessa língua são considerados sem língua.
Ela acaba impondo aos seus frequentadores modelos de ensino e conteúdos produzidos para a conservação dessa situação injusta, assim como considera todo e qualquer conteúdo como válido, sem julgá-lo criticamente, mesmo que historicamente verdadeiro, baseado muitas vezes em ignorâncias, preconceitos e verdades incontestáveis.

“Infelizmente muitos de nossos professores continuam seguindo olivro didático e nunca pensam no que seja realmente essencialà vida daqueles alunos, ensinando análise sintática a criançasmal alimentadas, pálidas, que acabam, depois de aulas onde não faltam castigos e broncas, condicionadas a distinguir o sujeito de uma oração. Essas crianças passarão alguns anos na escola sem saber que poderão acertar o sujeito da oração, mas que nunca serão sujeitos das suas próprias histórias. Separarão a leitura do entendimento e da refl exão, como se não fossem consequências naturais.”

(GERALDI, 2006 p.16)