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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO



A Música na Sala de Aula: um recurso facilitador para o ambiente na hora do ensinar/aprender.
É fundamental que o ensino de Música seja feito de modo agradável e divertido para que o ambiente na hora do ensinar/aprender surta, efeito positivo tanto para quem ensina, como para quem aprende.
A prática de aula de música em sala desenvolve habilidades, define conceitos e conhecimentos e estimula o aluno a observar, questionar, investigar e entender o meio em que vive e os eventos do dia a dia, através da musicalidade. Além disso, estimula a curiosidade, imaginação e o entendimento de todo o processo de construção do conhecimento de forma sonora e descontraída.
O objetivo é mostrar uma maneira facilitadora e descontraída, apresentando a música e a musicalização como recursos facilitadores para o desenvolvimento da inteligência e a integração do ser, na hora do ensino/aprendizagem. Mostrando assim, a capacidade que a música tem de influenciar o homem física e mentalmente, podendo contribuir para a harmonia pessoal e facilitando a integração entre o professor/ aluno e aluno/aluno.
A intenção também é de apresentar a música na sala de aula, não apenas como experiência estética, mas também como facilitadora do processo de aprendizagem, como instrumento para tornar a escola um lugar mais alegre e receptivo, e também ampliar o conhecimento musical do aluno. Afinal, a música é um bem cultural e seu conhecimento não deve ser privilegio de poucos. Sugerindo assim, que a escola oportunize a convivência com os diferentes gêneros, apresentando novos estilos, proporcionando uma análise reflexiva do que é apresentado e permitindo que o aluno se torne um sujeito mais crítico em suas escolhas pela vida.
A música é uma linguagem universal tendo participado da história da humanidade desde as primeiras civilizações. Suas atividades de musicalização permitem aos alunos conhecer melhor a si mesmo, desenvolvendo sua noção de esquema corporal e, também permitindo a comunicação com o outro, contribuindo de maneira facilitadora de descontração, como reforço no desenvolvimento cognitivo/linguístico, psicomotor e socioafetivo do aluno.
Seu desenvolvimento cognitivo/ linguístico é a fonte de conhecimento do aluno, onde ele tem a oportunidade de experimentar em seu dia a dia. Dessa forma, quanto maior a riqueza de estímulos que o aluno receba melhor será seu desenvolvimento intelectual.
No seu desenvolvimento psicomotor, as atividades músicais oferecem inúmeras oportunidades para que o aluno aprimore sua habilidade motora, aprendendo a controlar seus impulsos e controlando o seu equilíbrio do seu sistema nervoso. Isto, porque toda expressão musical ativa age sobre a mente, favorecendo a descarga emocional, a reação motora e aliviando as tensões. Daí nasce, na sala de aula a necessidade das atividades como cantar fazendo gestos, bater palmas, sendo experiência importante para o aluno, pois elas permitem que se desenvolva o senso rítmico, a coordenação motora, que são fatores importantes também para o processo de aquisição da leitura e da escrita.
E por último temos o desenvolvimento socioafetivo, aonde o aluno aos poucos vai formando sua identidade, percebendo-se diferentes dos outros e ao mesmo tempo buscando integrar-se com os outros. Nesse processo a autoestima e a autorealização desempenham um papel muito importante, na hora do ensinar/aprender. Através do desenvolvimento da autoestima, o aluno aprende a se aceitar como é, com suas capacidades e limitações.
As atividades musicais coletivas numa sala de aula favorecem o desenvolvimento da socialização, estimulando a compreensão, a participação e a cooperação entre o professor e a aluno. Através dessas atividades, o professor pode perceber quais os pontos fortes e fracos dos alunos, principalmente quanto à capacidade de memória auditiva, observação, discriminação e reconhecimento dos sons, podendo assim, vir a trabalhar melhor o que está defasado.
O professor pode selecionar músicas que falem do conteúdo a ser trabalhado em sua área, isso vai tornar as aulas dinâmicas, atrativas e vai ajudar a recordar informações passadas. Mas, a música também deve ser estudada como matéria em si, como linguagem artística, forma de expressão e como um bem cultural da nossa sociedade.
Ao considerar as diferentes habilidades, a escola esta dando oportunidade para que o aluno se destaque em pelo menos uma delas, ao contrário do que acontece quando se privilegiam apenas as capacidades lógico/matemática e linguística.
De acordo com esta perspectiva, a música é concebida como um universo que conjuga expressão de sentimentos, ideias, valores culturais e facilita a comunicação do individuo consigo mesmo e com o meio em que vive.
Ao atender diferentes aspectos do desenvolvimento humano: físico, mental, social, emocional e espiritual, a música pode ser considerada um agente facilitador e descontraído em todo o processo educacional.
A presença da música na educação auxilia a percepção, estimula a memória e a inteligência, relacionando-se ainda com as habilidades linguísticas e lógico/matemática, ao desenvolver procedimentos que ajudam o professor a se reconhecer e a se orientar melhor no mundo, contribuindo para o envolvimento social e despertando noções de respeito e consideração pelo outro, abrindo espaço para um melhor rendimento do ensinar/aprender.
A linguagem musical tem sido destacada como importante área de interesse e de gosto de todo ser humano. Sendo assim, considerada como um recurso interessante, importante e vasto para a elaboração de atividades na sala de aula. Tendo com certeza, um aprendizado de qualidade e satisfação tanto para o aluno como para o professor. A música como alternativa didática aguça o interesse do aluno, que muitas vezes, sem perceber se encontra totalmente envolvido no processo, uma vez que o conjunto de palavras contidas no texto da música é aproveitável em distintas temáticas como ponto de partida na construção do ensino/aprendizagem.
A música promove em alunos com necessidades especiais uma maior inserção no convívio social. É notável em uma sala de aula que a musica utilizada como base curricular em diferentes disciplinas é de extrema importância, pois garante um resgate do aluno para com o conteúdo e para com o professor. O simples fato de ter uma música no ambiente escolar, enquanto são desenvolvidas as explicações do conteúdo didático, já favorece um melhor comportamento disciplinar por parte dos alunos no transcorrer da aula.
O professor pode e deve trabalhar todo o tipo de música: popular, clássica, massa, folclórica, vanguarda, religiosa, entre outras, pois reforçam a pluralidade do universo musical e abre portas para que o ensinar/aprender torne-se prazeroso, facilitador e descontraído no ambiente de sala de aula.
Entretanto, vale ressaltar que, infelizmente, o uso da música na escola não é uma realidade para todos os alunos. Se pararmos para verificar, vamos concluir que a música, como ensino sumiu das escolas. Isso é ruim porque o aprendizado da prática musical favorece a condição do aluno em relação a sua criatividade. Porém, pior do que não trabalhar a musicalidade, como uma ferramenta importante para a aprendizagem, é enxergá-la somente sob o ponto de vista estético.
Portanto, através da música, o professor tem uma forma privilegiada de alcançar seus objetivos, podendo explorar e desenvolver características no aluno. O aluno com a educação musical cresce emocionalmente, afetivamente e cognitivamente, desenvolvendo sua coordenação motora, acuidade visual e auditiva, bem como memória e atenção e, ainda, sua capacidade e sua criatividade na comunicação.


DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM: CONSEQUÊNCIAS AFETIVAS E O PAPEL DO PROFESSOR


Segundo o “DSM-IV: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais” (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA, 1995), desmoralização e baixa autoestima podem estar associados às dificuldades de aprendizagem. A criança com dificuldades de aprendizagem muitas vezes é rotulada, sendo chamada de “perturbada”, incapaz “ou” retardada ”Então vamos pensar um pouquinho, como será que se sente esta criança rotulada de “burra”, “incapaz”, “perturbada” ou “retardada”? Com certeza, nada bem, não é mesmo? E se esta criança não se sente nada bem, quais seriam provavelmente suas condutas e sentimentos também em relação ao contexto escolar como um todo? De acordo com Souza (1996) as emoções envolvidas neste processo incluem desde sentimentos de inferioridade, frustração, e perturbação emocional, até problemas de autoestima e depressão, dependendo é claro, da forma como suas dificuldades são vistas também por seus pais e professores. Assim, se o clima dominante no lar é um clima tenso, provavelmente esta criança, que já apresenta algumas dificuldades em relação á sua aprendizagem, também se tornará uma criança tensa.
Assim, pode ainda ter propensão a aumentar a proporção dos seus fracassos, entrando num ciclo vicioso em que quanto mais fracassa, mais tensa fica, e quanto mais tensa fica, mais fracassa (SOUZA, 1996). Por outro lado, se o clima emocional do lar é acolhedor e permite a livre expressão emocional da criança, ela tenderá a reagir com seus sentimentos, positivos ou negativos, livremente, e poderá estar mais apta a lidar com suas dificuldades, por encará-las com certa normalidade e como um obstáculo transitório a ser vencido. E esta segunda forma de encarar os problemas da criança deveria ser adotada também pelos professores e profissionais – sejam eles médicos, psicólogos, psicopedagogo ou fonoaudiólogos - que irão lidar com esta criança, buscando sempre conceber as dificuldades dentro de uma perspectiva da normalidade, e não de uma perspectiva “rotulante” que pouco contribui para a superação, mas ao contrário, para a baixa autoestima, o desânimo e a desistência de nossos alunos. E quando falamos em desânimo e desistência, além de aspectos emocionais, passamos também a abordar aspectos de conduta desta criança que apresenta um distúrbio de aprendizagem. E aqui, cabe refletir novamente: como será que este aluno que é rotulado e ridicularizado por seus colegas e muitas vezes até por seu professor possivelmente irá se portar em relação à escola e aos membros que dela fazem parte? É possível que esta criança ou adolescente, por seu histórico de fracasso e experiências negativas em
relação à escola, deixe de frequentar a este contexto, dado este que é corroborado pelo DSM-IV: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA, 1995), quando afirma que cerca de 40% das crianças e adolescentes que apresentam problemas de aprendizagem acabam se evadindo do contexto escolar. E quanto àqueles que não conseguem ou não podem fugir deste contexto tão aversivo, restam outras formas de se rebelar contra este sistema, seja de uma maneira mais ativa, agredindo a estes professores e colegas, ou fazendo bagunça, já que o conteúdo da aula em si não lhe chama atenção, seja de forma mais passiva, negando-se a realizar as atividades e a prestar atenção às aulas, ou faltando e chegando atrasado à escola. E o que o professor pode fazer frente a esta realidade? A primeira medida a ser adotada é buscar olhar através dos comportamentos e sentimentos inadequados desta criança ou adolescente, na tentativa de identificar quais os aspectos que estão subjacentes a esta revolta. E assim, uma vez identificada à dificuldade de aprendizagem apresentada por esta criança que levou ao início de todo este processo, é preciso culminar com a terapêutica adequada a cada caso. Sobre esta terapêutica, no entanto, além do trabalho com a criança ou adolescente, envolve ainda a orientação de seus pais e professores. E é sobre isto que trataremos a partir de agora, sobre algumas diretrizes que podem ser dadas aos professores para implementar a aprendizagem de seus alunos. Não podemos nos esquecer, no entanto, que estas são diretrizes globais e que novamente cabe ao professor selecionar, dentre elas, aquelas que se adaptam melhor ao caso em questão, e que podem ser mais facilmente aplicadas. Assim, as estratégias abaixo são sugestões retiradas de Rochael (2009) que constituem apenas algumas diretrizes no contato com crianças que apresentam transtornos de aprendizagem. Contudo, não constituem “receitas prontas”, mas ao contrário, estão abertas à adaptação e reformulação por parte do professor, de acordo ao conhecimento que tem da criança ou adolescente em questão, e de sua própria vivência em sala de aula.
Assim, seguem abaixo tais estratégias, enquanto atitudes a serem evitadas ou adotadas pelo professor em sala de aula:
- Ressaltar as dificuldades do aluno, diferenciando-o dos demais;
Atitudes a serem evitadas pelo professor:
- Mostrar impaciência com a dificuldade expressada pela criança ou interrompê-la várias vezes ou mesmo tentar adivinhar o que ela quer dizer completando sua fala;
- Corrigir o aluno frequentemente diante da turma, para não o expor;
- Ignorar a criança em sua dificuldade (ROCHAEL, 2009).
- Não force o aluno a fazer as lições quando estiver nervoso por não ter conseguido;
Atitudes a serem adotadas pelo professor:
- Explique a ele suas dificuldades e diga que está ali para ajudá-lo sempre que precisar;
- Evitar que o aluno se sinta inferior;
- Considerar o problema de maneira serena e objetiva;
- Avaliar o desempenho do aluno pela qualidade de seu trabalho;
- Proponha jogos na sala;
- Não corrija as lições com canetas vermelhas ou lápis;
- Procure usar situações concretas, nos problemas(ROCHAEL, 2009).
REFERÊNCIAS
-ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA - manual de estatística e diagnóstico de transtornos mentais (DSM IV). 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
-ROCHAEL, Luciene. Distúrbios de aprendizagem. 12 abr. 2009. Disponível em:
<http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/2009/04/12/disturbios-de-aprendizagem-2/>.
Acesso em : 04 mar. 2010.
-SOUZA, Evanira Maria de. Problemas de aprendizagem: crianças de 8 a 11 anos. Bauru: EDUSC, 1996.